Atenção! A história a seguir é recomendada para maiores de 16 anos. Contém temas sugestivos, linguagem inapropriada, nudez e violência.
Era
noite. Uma mulher de cabelos longos e pretos estava sozinha dentro do que
parecia ser um quarto e olhava para fora de uma das várias janelas grandes e
modernas. Ela observava a lua. O local estava muito escuro e não era possível ver seu rosto. Vestia um longo vestido preto de aparência bem “dark”.
Ela volta sua visão para o quarto e começa a dizer algumas coisas.
— Caos! Vinte e um... Espírito
do ser perfeito... Herdeiros Alfa. O dia do caos se aproxima. O ser perfeito
vai dominar e eliminar todos aqueles que não nasceram para herdar. O sacrifício
da terra é necessário. Eu posso ouvir a sua voz, eu posso te chamar. Venha até
mim!
Karen acorda assustada no meio da noite. O que era aquele
sonho?
Alguns meses se passaram desde
os acontecimentos envolvendo o Dark4. O
primeiro período já havia terminado e os alunos começaram a curtir as férias de
verão. Eis que o Colégio Valle Diem costumava promover um passeio e dessa vez
não foi diferente. Estavam no resort ‘Dolphin M’. O local era novo e havia
feito parceria com a escola há pouco tempo. A estrutura era magnífica. Várias
piscinas, tobogãs, uma pequena praia artificial e o local ainda era arborizado
e gramado na maior parte da área externa. Diversão não faltava.
Max e Pierre esperavam Karen e
Samantha se trocarem. O primeiro estava usando uma sunga preta e que marcava
bem o seu corpo. Já Pierre, preferia uma bermuda. As duas aparecem. Sam estava
com um bíquini rosa e com detalhes de flores. Karen usava um verde e estava
muito tímida. Pierre e Max têm sangramentos nasais ao observarem os detalhes
avantajados nas curvas de Karen, mesmo que sua roupa fosse bem mais discreta.
Na verdade, todos os garotos estavam surpresos. Luke ouve alguns comentários e
vai conferir com os próprios olhos. Ele
fica impressionado e seus amigos comentam que Karen escondia um belo corpo por
trás da cara de tímida sem graça. Stephanie se irrita com os comentários do seu
grupo de amigas.
— Gente, olha como aquele
biquíni cai bem nela! Ela poderia usar um menor e se mostrar mais!
— Grande coisa. Continua sendo
uma sem graça do mesmo jeito — diz Stephanie.
— Ora, ora... Então a senhorita
popularidade está se sentindo diminuída por ter uma certa medida menor? —
pergunta Luke, que estava perto e ouviu o comentário.
— O quê? — Já se irrita — Quem é
que te perguntou alguma coisa, seu delinquente ridículo?
— Ninguém. Estava apenas
pensando alto — diz o garoto, saindo logo em seguida e deixando Stephanie
furiosa.
Uma garota de cabelos pretos e
curtos observava Luke. Enquanto isso Max, Pierre, Sam e Karen se divertiam em
várias atrações juntos. Todos estavam aproveitando bem o momento e curtindo ao
máximo. Era hora do almoço. O grupo se depara com Stephanie e ela mal os
cumprimenta.
— Essa Stephanie... Parece que
já se esqueceu do nosso grupo... — Max comenta com Karen.
— Ela não falou muito comigo desde o fim da
operação ‘Vs.Dark4’. Eu tentei puxar algum assunto, mas ela sempre cortou.
— Esse é o jeito dela. Desde
sempre...
— Max. Me desculpe se estou
sendo incoveniente ou algo do tipo. Mas é impressão minha ou você gosta dela?
— Ora... Quem diria que a Karen
me faria uma pergunta assim — sorri.
— Foi muito indiscreto? Me
desculpe — responde envergonhada.
— Sem problemas... Bem, posso
dizer que talvez sinta algo por ela. Porém não é como antes. Eu passei por uma
fase meio confusa depois que fui pro Yamada. Naquele período, acho que o meu
sentimento por ela enfraqueceu um pouco. Talvez outra pessoa tenha sido
responsável por isso.
— Entendo...
Pierre havia ido ao banheiro.
Samantha se junta a conversa e Max fica meio sem jeito de continuar contando. Ele se distrai e acaba esbarrando em Luke que
estava segurando um copo de refrigerante e acaba derramando em si mesmo.
— Opa... Foi mal, cara — diz
Max.
— Foi mal? Foi péssimo seu
merdinha lesado!
— Nossa, caiu refrigerante até
no seu... Ops. Acho que vai ficar um
pouco grudento se não secar logo. Então, tem um banheiro aqui perto e...
— Como é que é? Tá de sacanagem
com a minha cara, né? Vou te encher de porrada agora! — responde Luke já
furioso.
— Karen e Sam... Vou precisar
fazer um “cooper” antes do almoço. Guardem um lugar na mesa pra mim. Volto já,
se tudo der certo. Fui!
Max corre de Luke e os dois
acabam indo pra dentro de um pequeno bosque que havia ali perto.
— Esses dois. Não é melhor irmos
atrás deles? — pergunta Sam.
— No começo eu pensava que isso
seria necessário. Mas pelo tom da situação, no fundo é só brincadeira. Até o Luke
parece se divertir com isso.
— O Luke? Você acha? Ele sempre
intimidou todo mundo.
— Mas com o Max é diferente.
Acho que no fundo eles tem tudo pra serem bons amigos, mesmo não parecendo.
— Essa história de amizade é
meio complexa de se explicar. É como no amor. Quando você sente algo por alguém
que você nunca esperaria. Sabe como é?
— Err... — Karen pensa um pouco
e fica envergonhada — Sei... Acho que estou passando por isso ultimamente.
— Hum... Eu percebi. Aliás,
diria que não é muito difícil de notar. Infelizmente — diz essa última palavra
em uma voz mais baixa e meio triste.
— O que disse?
— Nada não. Só que dá pra
perceber que você tá gostando mesmo de alguém.
— Sério? Bem, acho que gosto
mesmo dele. Mas sabe como é... Ele é muito popular. Não sei se teria olhos pra
mim.
—Que absurdo. Você é uma garota
tão linda e doce. Tem muitas qualidades. Eu mesma posso fazer uma lista delas
pra você e não só como uma amiga que gosta muito de você. Não pense que esse
seu amor é inalcançável. É diferente de quando você gosta de alguém que se
torna muito próximo e descobre que esse alguém está gostando de outra pessoa.
— Sam... Você está...?
— Eu? Err... Droga, assim ela
vai mesmo achar que... Eu não sei explicar essa sensação estranha que você me
passa e o que me importa é te ver feliz — pensa — Não é bem isso, eu diria.
Estou te dando um exemplo, entende?
— Se é assim. Mas saiba que pode
conversar comigo. Não sou boa com essa história de amor, mas desabafar pra um
amigo é sempre bom.
—É uma pena não poder fazer isso.
Desabafar com a pessoa que... — pensa e logo responde — Pode deixar. Agora
vamos almoçar? O Pierre tá saindo.
Enquanto isso, Max e Luke cansam
de correr. Eles já estavam dentro do pequeno bosque e não muito distante do
local de almoço.
— Uma trégua por favor — pede
Max ofegante — Eu prometo tomar mais cuidado.
— Acho bom mesmo...!
Os dois ouvem barulho de
arbustos e uma garota surge. Era a mesma que observara Luke antes.
— Você é Luke Carvalho, certo?
— Sou sim. Você é?
— Hannah. Eu gostaria de
conversar com você aqui a noite. Podemos?
— Bem... Podemos sim. Pode ser
depois do horário do jantar.
— Mas nesse horário todos
deverão estar em seus quartos.
— Sem problema, se é que me
entende.
— Certo — responde feliz — Nos
vemos então!
— Gente... A garota te chamando
pra vir aqui a noite. Cuidado com o que vai fazer, hein. Você já pode se tornar
pai, não se esqueça — diz isso e ri demais.
— Ora, seu lesado mariquinha!
A noite, todos relaxavam em
clássicas fontes termais artificiais que o local oferecia. Até a divisão de
garotos e garotas existia e alguns entram nus da forma que se costumava fazer
isso mesmo. Era nesse momento onde as garotas se juntavam e comentavam sobre
assuntos mais femininos, sobre corpo e coisas do tipo. Já os garotos falavam
sobre tudo e alguns evitavam comentar sobre assuntos mais ‘quentes’, pois
efeitos colaterais seriam facilmente visíveis.
—Seria muito clichê se nós
tentássemos espiar as garotas, não acham? — pergunta Max.
— Sendo clichê ou não eu aprovo
a ideia — diz Pierre.
— Que carinhas mais infantis.
Devem estar na fase que ver uma mulher de biquini já é suficiente pra correrem
pro banheiro.
— Ei! Caras! Eu descobri uma
abertura que dá pra ver um pouco do lado das garotas — diz Pierre.
Luke coloca a toalha e é o
primeiro a ir até a divisão e dá um forte empurrão em Pierre. Os outros garotos
tentam disputar a visão com Luke e começam a empurrar a divisão demais. Max
apenas observava e previa que algo estava prestes a acontecer. Uma parte da
barreira é derrubada e alguns garotos caem no lado das garotas. Elas gritam e
algumas começam a atirar pedras nos garotos que estavam lá. Karen estava bem
escondida, pois era muito tímida. Ela e Sam apenas observavam a confusão de
longe.
Algum tempo depois e todos já
estavam em seus quartos. Um número de aproximadamente seis alunos em cada um.
Alguns jogavam cartas, fofocavam, contavam histórias, brincavam da clássica
guerra de travesseiros. Horas se passaram e já era bem tarde. O silêncio
dominava todo o resort. A maioria já estava dormindo. Karen de repente, começa
a sonhar algo estranho.
Estou sozinha,
caminhando em um local desconhecido. Vejo grama e algumas árvores. É noite. Uma
estranha voz me chama. Eu corro e pergunto várias vezes quem era. A voz
continua me chamando. Não consegui reconhecer. Era doce e feminina. Senti que
estava precisando de mim e me desespero por não encontrá-la. Quem é você?
Porque me chama? Vejo uma forte luz e uma sombra imensa de um ser estranho...
Um dragão? Não consigo ver direito... Vem na minha direção. Sedento por vidas.
Pela minha vida! Socorro!
A garota acorda assustada.
Ela não consegue ficar dentro do quarto e sai pra dar uma volta, mesmo que não
fosse permitido. Se perguntava durante a sua caminhada o que teria sido aquele
sonho e como a perturbava. É como se ela tivesse sentido que deveria ir para
fora e começa a notar que estava caminhando sozinha, como no sonho. Ela decide
voltar e fica chocada ao ver Luke e outra garota se beijando.
Próximo: Capítulo 30 – Ataque
Noturno
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