quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Capítulo 24 - Sakura do Vento e a Estufa da Morte


Atenção! A história a seguir é recomendada para maiores de 16 anos. Contém temas sugestivos, linguagem inapropriada, nudez e violência.


                Stephanie e Janet se encaram por alguns segundos. Nenhuma das duas se movimenta e observavam cautelosamente qualquer movimento que poderia ser feito. De repente uma das estantes cai na direção de Stephanie e ela consegue escapar por poucos centímetros.

                —Ora, ora... Vejo que a plebeia está bem mais atenta do que aquela última vez.
                — Eu não sou a mesma daquele dia!



                Janet finalmente se movimenta e desaparece pelas prateleiras da livraria. Stephanie não estava entendendo o que estava acontecendo e se levanta. Ela então sente uma pancada forte em suas costas, outra na barriga e logo é empurrada para outra estante. Como ela estava sendo atacada? Janet não estava ali. A garota mal teve tempo de pensar e já estava sendo golpeada por algo invisível outra vez.

                — Essa garota... Não acredito... Será que ela tem a capacidade de ficar invisível? — pensa Stephanie — Onde é que você está, princesinha ridícula? Apareça se quer ter uma luta justa de mulher pra mulher!

                O local continuava silencioso e nenhum sinal de Janet. Stephanie ouve uma risada e é golpeada. Dessa vez ela consegue notar que Janet não estava próxima dela. O que estava golpeando-a era o vento! Ela então ouve a voz da oponente.

                —Acho que finalmente percebeu a nossa diferença de poder. Enquanto você apenas joga vento aleatoriamente, eu sei usá-lo para fazer o que bem entender com os outros. Esse é o meu ‘Vento di Controllo’. Não preciso nem encostar as minhas belas e macias mãos no meu oponente.
                —Ei! Agora que ela falou, estou lembrando de algo que o avô do Max disse durante o treinamento...

                Janet surge e faz um gesto como se estivesse cortando algo no ar. Stephanie sente uma forte dor e ao olhar para seu braço direito, percebe que ele estava sangrando. Ela se desespera e usa seu clássico ataque de fortes ventanias. Janet consegue pará-las e repete o ataque no outro braço. Em seguida empurra a garota pra cima da mesa. Ela mal podia se mover direito e estava nervosa.

                —Que coisa mais estupenda. Não é nada elegante ficar em cima de uma mesa, porém não temos escolha no momento. Tem certeza que não quer tomar um chá antes de se despedir?
                — Me... Me solta, sua vadia!
                — Ora, ora... Que jeito deselegante de se referir a uma dama como eu.

Janet estava segurando Stephanie pelo pescoço e o aperta. Seus olhos demonstravam que ela pouco se importava se a garota estava sofrendo ou não. Stephanie não estava conseguindo usar seu poder.

                —Droga! Estou deixando as emoções do momento me abalarem de novo — pensa — Preciso ficar calma e tentar usar aquilo que aprendi no treinamento. Não me esforcei e tive que ficar suada e fedendo a toa durante aqueles dias! E ainda tive que aguentar aqueles três...
                — Não está nervosa, plebeia? É muito triste ter que me despedir desta forma, mas só há espaço para uma herdeira do vento — Janet então se prepara para fazer com que um corte a atinja bem no meio do peito — Já terminamos o chá. Volte sempre, querida...
                — É o que você pensa!

                Janet nota uma forte ventania e algumas pétalas invadem o local, girando ao redor dela. Como a garota se distraiu por alguns segundos, Stephanie aproveitou para lhe dar um chute e consegue se soltar.

                — Como fez aquilo? Eram flores de cerejeira, não? Eu já ganhei uma porção delas do meu pai, mas não é algo comum aqui. Ora, ora... Interessante!
                — Apenas observe, pois por mais que eu não seja fã disso, quem é herdeira do vento sou eu!
                —Acho que a plebeia ainda não entendeu que o nosso nível de força é bem diferente. Irei oferecer um presente por ter me feito uma visita. Conhecerá o meu tufão negro.

                Uma forte ventania negra surge ao redor de Janet. Stephanie estava espantada. Parecia um tufão só que em um tamanho menor. Aquela era a hora dela usar a técnica que aprendeu. Enquanto Janet estava concentrada aumentando o tamanho do tufão, ela então começa a se movimentar e a dançar em estilo clássico de ballet. Janet não entende o que a garota estava fazendo e continuava se preparando para atacar. Tornados com pétalas das flores surgem por toda livraria. Stephanie gira e dança livremente enquanto dizia algumas palavras:

                — Enquanto a vida ainda florescer dentro de mim... Eu, herdeira do vento... Jamais me darei por vencida e cumprirei o meu papel... Com esses passos e essa envolvente dança... Vento! Me entregue a sua força! Dança da Sakura do Vento!

Janet faz um simples gesto e o tufão negro se movimenta na direção de Stephanie. Ela fica na ponta dos pés e levanta os braços. Os seus tornados se chocam com o tufão e em apenas poucos segundos, tudo termina em uma forte ventania pros dois lados e a livraria completamente bagunçada e destruída. As duas estavam de pé.

                — Que tipo de poder... É esse? O de um verdadeiro herdeiro alfa? — pergunta Janet e cai — Eu só queria... Estar mais próxima de você... Vovó — A garota então desmaia.

                Stephanie sorri. Ela estava machucada, pois também havia sido atingida pelo tufão. A garota se sente tonta, cai de joelhos e logo depois desmaia também.

Enquanto isso,um pouco longe dali, Karen abre os olhos. Ela estava meio tonta ainda, mas nota que estava em um local familiar. Era a parte central do shopping. Não havia mais tremores e ela se lembra de Luke. Sua primeira reação foi a de tentar se levantar e correr para procurá-lo... Mas foi só tentar, porque a garota estava presa por vários cipós! Ela ouve uma risada familiar e a dona dela aparece.

                — Sabrina!
                — Não acredito que vou ter que acabar com você. Vai ser tão fácil que nem tem graça... E eu querendo dar um jeito naquele garoto pervertido. Pelo menos eu teria um pouco mais de desafio...
                — Eu...Eu... —tentava se soltar e falar ao mesmo tempo — Eu... Eu vou lutar contra você!

                Sabrina demonstra uma expressão de arrogância e começa a rir sem parar.

                — Você? Lutar contra mim? Uma garota que só sabe usar plantas como escudo? Não seja patética! E ainda tem a cara de pau de dizer que é uma herdeira alfa! Se eu fosse você, teria me matado pra evitar tanta vergonha.

                Karen fica profundamente tensa e abalada com a situação.  Toda a autoconfiança que ela tinha adquirido estava desaparecendo. Não seria melhor se entregar de uma vez por todas? A garota dessa vez não abaixa a cabeça e responde.

                — Eu passei toda a minha vida sendo manipulada pelos comentários dos outros...Eu realmente levava aquilo pra mim e deixava de fazer tudo! Depois que eu conheci novas pessoas aqui, eu sinto que estou mudando. Talvez você conseguiria o que quisesse há algum tempo atrás, mas hoje... Eu... Eu... Eu agirei diferente!

                Dito isso, Karen consegue controlar os cipós e os corta. Sabrina se surpreende, mas não muda seu olhar arrogante. Karen fecha os olhos e faz alguns gestos com as mãos.

                —Festival delle Piante!

                Várias plantas e árvores surgem no local. Karen usava o poder da imaginação para criar tudo aquilo. As folhas se tornam rígidas como rochas e voam na direção de Sabrina. A vilã consegue se desviar de algumas, porém é atingida por outras. Karen não estava com a técnica totalmente aprimorada, mas fazia o seu melhor. Ela precisava de muita concentração. Logo em seguida, ela coloca as mãos no chão. A terra começa a tremer. A garota já estava em seu limite, pois isso consumia muita energia. Sabrina não estava entendendo nada e é surpreendentemente atingida por uma grande rocha, similar á uma minúscula montanha, que surge do chão e cai desmaiada e aparentemente derrotada. Karen não estava acreditando no que estava presenciando. Ela então se movimenta na direção das escadas.

                — Luke! Estou indo! Quero logo me juntar a você e aos outros — pensa a garota.

Ao passar por Sabrina, ela sente algo. Uma mão estava agarrando sua perna direita.

                —Só brincando! — responde Sabrina que puxa Karen e se levanta imediatamente.
                — O quê? — pergunta Karen, surpresa.
                — Então esse é todo o poder que você tem? Confesso que as técnicas não são ruins. Mas... A sua falta de força é que não faz com que elas tenham muito efeito. Agora que já bancou a heróina, é a vez da vilã mostrar as técnicas dela!
                — Não! — Karen grita e uma enorme barreira de troncos a protege.
                — Acha que isso vai te ajudar em alguma coisa? Você está no meu território... Conheça agora, a Estufa da Morte!

                O chão começa a tremer e plantas horrendas surgem ao redor da barreira de Karen. Com o forte tremor, ela é destruída e os cipós de todas as plantas agarram Karen em tudo quanto era parte do corpo. A garota tenta usar sua técnica ligada a imaginação, porém não tinha mais energia pra nada e mal conseguia pensar. Sabrina ri e faz com que as plantas a apertassem o máximo.  A garota estava sentindo muita dor. Karen é levantada até o alto e chicoteada por cipós com espinhos. Sabrina estava empolgada com o que via. Sangue e dor. Ela imita a técnica da ‘montanha’, porém com uma bem maior que atinge a pobre garota em cheio.  Uma lágrima escorre rapidamente no rosto de Karen enquanto ela cai do alto. Ao chegar no chão, fecha os olhos instantaneamente e parecia não estar mais respirando. Sabrina ri e diz:

                — Até que enfim! Sou a verdadeira herdeira alfa da terra! Até nunca mais Karen Mattos! — e continuava gargalhando sem parar.

                 Enquanto isso, não muito longe dali, estava Max. Ele sente uma gota pingar em seu rosto e acorda. Estava num local escuro e deitado no chão que estava todo molhado. Ele se levanta e vê que estava no subsolo. O garoto decide caminhar para encontrar uma saída dali e vê uma enorme auto-escola e uma concessionária de carros. Eram locais muito grandes, mas estavam meio alagados. É como se algum cano tivesse estourado ali por perto. Era possível até ouvir o som da água jorrando. Ele passa por um carro e tem a impressão de ouvir algo, porém não dá muita importância e segue. Realmente havia alguém ali atrás. Era Tony. Pela primeira vez, o garoto sorri e de forma macabra, como se estivesse prestes a fazer algo terrível.


Próximo: Capítulo 25 – Águas do Yamada
               
                

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