quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Capítulo 21 - Realidade

Atenção! A história a seguir é recomendada para maiores de 16 anos. Contém temas sugestivos, linguagem inapropriada, nudez e violência.
                

              Sato se irrita profundamente ao perceber que Luke havia lhe dado aquele soco.  Ele diz que não descansaria até vê-lo morto e se prepara para atacá-lo. Karen grita e Sato para misteriosamente. Mas não era por causa dela. Uma estranha presença é sentida por todos e um homem surge dentro do armazém. Os membros do Dark4 mostram reverência a ele se apoiando com um joelho no chão e abaixando a cabeça.  Ele tinha cabelos grisalhos, um pouco de barba em pontos específicos e estava vestido com um terno muito elegante.

                — Finalmente esse momento chegou, jovens herdeiros...
                — Quem é você? — pergunta Luke.
                — Gerard. O mestre do Dark4, os futuros herdeiros alfa.
                — Mestre, estávamos quase eliminando os alvos e — Sabrina é então interrompida.
                — Demoraram demais! Os quatro já deveriam estar em nossas mãos!
                — Perdão, mestre! Nós vamos finalizar o serviço agora — responde Sato já acendendo chamas negras em suas mãos.
                — Não farão coisa alguma!




                O homem que havia acabado de gritar, entra no armazém. Era Marco. Ele e Gerard se encaram com olhares tensos. Marco percebe que Max estava desmaiado ,vai até onde ele está e o segura.

                —Gerard, seu maldito! Nunca vou te perdoar caso algo aconteça com esse garoto!
                — Então quer dizer que esse é o neto do Acquazzi? Acho que é tão fraco quanto o avô patético dele, já está até desmaiado.
                — Cale-se! Eu não acredito que você levou aquela ideia adiante! O que são esses garotos que você criou?
                — Que pergunta mais boba. Você sabe melhor do que ninguém o que eu pretendo fazer e sabe que esses quatro garotos que você diz serem os herdeiros alfa nem chegam aos pés dos meus.
                — Você sabe que não tem essa de chegar aos pés ou não. Eles nasceram com a herança. Você pode fazer o que quiser e isso não muda o fato de que esses seus garotos não são e nunca serão os herdeiros alfa!
                — Mestre, posso calar a boca desse velho? — pergunta Sato.
                — Sinto dizer que você não poderá fazer isso. Ele é bem diferente e eu não quero me meter em uma batalha desnecessária nesse momento.

                Sato fica impressionado ao ver que o seu mestre estava bem cauteloso. Será que Marco era tão forte assim?

                — Aquele dia na escola... Você já encontrou a primeira parte da chave, não é?
                — Caro Acquazzi... Creio que não lhe devo satisfação desde aquele dia que eu provei que poderia trilhar o caminho da forma que eu bem entendesse.
                — Você fez isso porque quis!
                — Não tenho tempo a perder aqui. Dark4, iremos nos retirar desse recinto imediatamente.
                — O quê?  Mas o plano não era capturar esses quatro? — pergunta Sabrina, surpresa e desapontada.
                — Vejam só o estado lamentável deles. Patéticos... Dessa vez eu deixarei que vocês sobrevivam.
                — Que “bondade” é essa? Você não é assim... Com certeza está planejando algo!
                — Ponto pra você de novo, velho!
                — Quem está chamando de velho, seu caduco de meia-idade!
                — Sete dias. É o tempo que darei para vocês tentarem enfrentar o meu quarteto novamente. Nós invadiremos um local público e lá decidiremos isso. Se seus garotos vencerem, serão os herdeiros alfa. Se os meus vencerem, os seus serão mortos sem piedade alguma. Não é interessante?
                — Esses garotos, inclusive os seus, não são brinquedos!
                — A brincadeira é entre eles.Acho melhor você conduzi-los para um bom caminho ou perderão facilmente pros meus jovens.  Provaremos quem são os herdeiros! E nem pensem em não aparecer... As consequências desse ato serão desastrosas para todos dessa cidade.

                Dito isso, Gerard se retira do local e os membros do Dark4 o seguem. Sato olha para Luke e diz que a hora dele ainda iria chegar. O garoto tenta ir até ele, porém não se move ao ser tocado por Karen em seu ombro. Ela estava com o rosto cheio de lágrimas. Alguns minutos se passaram e todos se mantiveram em silêncio.
                Enquanto isso, dentro de uma limusine, Sato questiona Gerard pela “trégua”.

                —Não se apresse! Aqueles garotos não estão prontos para o plano ainda. Você mesmo viu o quão patéticos eles estão, então acho bom não me questionar mais. Além disso, não queria me envolver numa batalha com o Marco agora.
                — Certo, mestre.
                — Com certeza aquele velho irá fazer algo a respeito. Excelente— pensa Gerard.

                No armazém, o silêncio continuava, até que Marco finalmente decide conversar com os três, já que Max ainda estava desmaiado.

                —Bem, acho que devo contar mais algumas coisas a vocês. Notaram bem o nível de diferença deles, não é? Veja só o estado em que todos os quatro estão. É por isso que eu estou tentando reuni-los desde um bom tempo. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde algo assim iria acontecer e queria que estivessem preparados.
                — Por que temos que nos envolver nisso?  — pergunta Stephanie com um olhar de tristeza.
                — Desculpe, querida. Deve ser um choque pra vocês terem que se deparar com a realidade, porém não adianta fugir. Se não fizerem nada a respeito, o Dark4 matará todos vocês.
                — E o que podemos fazer? Eles são bem fortes... — comenta Karen.
                — Vocês também são! Eu já disse isso ao meu neto várias vezes. A diferença é que vocês não tem técnicas e não manejam bem os poderes ainda. Aqueles jovens do Dark4 foram treinados por um bom tempo e tem domínio do que fazem.
                — E o que faremos pra conseguir isso? — pergunta Luke.
                — Logo conversarei com vocês a respeito. Primeiro vamos nos preocupar em curá-los o mais rápido possível.
                — Você tem algum tipo de poder de cura ou algo assim? — pergunta Stephanie.
                — Não, quem me dera.  O que usarei pra ajudar vocês, são essas ervas de cura que ainda tenho comigo. Não sei se o efeito ainda funciona, mas vou torcer pra que dê certo.

                Marco retira as ervas do bolso de sua jaqueta. Pareciam meras plantas normais. Ele a encosta no corpo de Karen e em questão de segundos a garota se sente melhor. A planta seca e morre. Luke e Stephanie olham surpresos. Marco faz o mesmo com os dois, que se sentem renovados. A última ele encosta em Max. Todos observavam o garoto pra ver o que aconteceria. Stephanie estava preocupada, pois ele não esboçava nenhuma reação. Max então abre os olhos.

                — O – o que aconteceu? O Dark4! Eles ainda estão aqui? — pergunta Max assustado.

                Marco o abraça. Max não entende bem o que estava acontecendo. Karen pergunta o que eram aquelas ervas e Marco então explica:

                — São ervas muito raras. Eu só tinha essas quatro e acredito que não existam mais delas. Foram feitas em uma quantidade limitada em laboratórios da extinta Corporação Gênese.
                —O senhor já trabalhou lá? — pergunta Karen, surpresa.
                — Já, por um tempo. Inclusive... Foi lá onde conheci o Gerard... Mas enfim, vamos nos concentrar ao que interessa agora. Como eu estava falando, vocês precisam desenvolver técnicas. Com elas poderão controlar melhor os poderes de vocês. Eu sei que é meio repentino, mas vocês irão enfrentar o Dark4.
                — Enfrentar aqueles monstros? Isso é loucura! — diz Stephanie.
                — Se não derrotarem eles, irão atrás de vocês para matá-los. A situação é mais séria do que pensam.
                — Eu estou empolgado. Quero chutar a bunda daquele grupo de folgados! — diz Luke.
                — Calma, calma. Você viu o quão forte eles são, não é? Acho melhor ouvirmos o que o vovô tem a dizer — diz Max.
                — Tch... O que é que está dizendo, lesado?
                — Mas não pensem que vai ser fácil adquirir técnicas assim de uma hora pra outra. Não existe uma erva ‘mágica’ pra dar isso a vocês. Terão que treinar duro durante esses sete dias.
                — Estou empolgado, vovô! Estava esperando que o dia do nosso treinamento chegasse!
                — Então era sobre isso que você tentou me dizer aquela vez, não é, Max? — pergunta Karen.
                — Sim! Você se achava fraca, mas pode contar com a minha ajuda também.

                Luke e Stephanie olham para essa situação com um certo desconforto e tentando acabar com esse clima, um deles decide perguntar:

                — Mas e como vamos treinar? Isso parece tão maluco pra mim. Uma garota como eu, de nível alto, treinando pra uma batalha? Que absurdo!
                —Não se preocupe, garota de ‘nível alto’. Eu conheço parte das técnicas dos antigos herdeiros e posso ensinar a cada um de vocês. É claro que serão treinos separados, e precisarão faltar a escola durante os primeiros dias. Agora, venham comigo.

                Os quatro então entram no carro de Marco e saem do centro da cidade. Eles estavam impressionados por estarem sem ferida alguma. O efeito da erva era incrível. Uma pena é que não existiam mais delas e na próxima não teriam tanta sorte como dessa vez. Marco leva os quatro ao seu apartamento. Na sala, havia uma passagem atrás de uma estante. Eles ficam impressionados ao ver o que havia ali dentro.

                Enquanto isso, os mesmos dois homens que estavam espiando tudo de longe da outra vez na escola, estavam dentro de uma sala escura. Parecia um escritório. Um deles estava segurando um relógio de bolso. Ele o observa por alguns segundos e fecha. A parte de fora era de ouro e tinha uma pequena letra N ou M. O outro homem estava sentado em um sofá e parecia meio entediado.

                — O dia que você mais gosta chegou, não tem nada pra dizer?
                — Como se eu me importasse com isso! Por mim tanto faz!
                — Ora... Vinte um... Eu sei que no fundo você se importa.
                — Tch... Você parece ler meus pensamentos às vezes. Isso me irrita!
                — Te conheço melhor do que ninguém, você sabe disso. Mas enfim... Soube de algo a respeito dos herdeiros alfa.
                — Aquela mulher... Você foi ao encontro dela outra vez? — pergunta com um tom de irritação.
                — Ela veio até mim. E me disse que a tal da herança está em jogo.
                — E o que isso tem a ver?
                — Lembra daquela vez que ela previu que eles estariam em nossa rota? Pois bem... Eles podem ser jogados pra fora dela, já que podem não sobreviver.
                — E isso é ruim? Menos idiotas em nosso caminho!
                — Creio que as coisas ficarão mais interessantes a partir de agora...

Próximo: Capítulo 22 – Treinamento Alfa

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