terça-feira, 7 de agosto de 2012

Capítulo 17 - Conversas e Convite

Atenção! A história a seguir é recomendada para maiores de 16 anos. Contém temas sugestivos, linguagem inapropriada, nudez e violência.


Luke e o garoto continuavam se encarando. Naquele exato momento, tudo parecia apontar para o início de uma briga daquelas. O garoto apenas expõe um sorriso sarcástico, segue adiante e se senta em uma mesa. Nela já havia mais três pessoas. Eram Janet, Tony e a garota de cabelos verdes que Karen havia visto mais cedo. O garoto de cabelo avermelhado se senta e diz:

— Eu me atrasei porque tive que passar na sala do coordenador e do conselho. Tive que ouvir vários sermões. Já vou logo avisando que estou sem saco pra outro!
— Ora, ora. Você foi um garoto tão levado assim, Sato? —pergunta Janet.
— Esse cara já foi um dos maiores delinquentes juvenis —responde a garota de cabelos esverdeados.
— Não fale coisas desnecessárias aqui, Sabrina. E aliás, você tem uma ficha bem suja se eu não estou enganado —responde Sato.
— Será que dá pra fazerem menos barulho enquanto estamos comendo? —pergunta Tony.

Aquela mesa era o centro das atenções. Afinal, era ali onde se encontravam os quatro novos alunos. Luke não havia gostado nada da forma que Sato havia olhado para ele.




— Sabia que conhecia esse cara de algum lugar...
— Mesmo? E o que sabe sobre ele? —pergunta Diego.
— Ele fazia parte de uma gangue da cidade vizinha. Estou tentando me lembrar onde nos vimos.
— Acho melhor que seu cérebro continue não procurando saber onde e você fique numa boa —diz Fernando.

Em outra mesa, estavam Samantha e Karen. Haviam dois lugares vagos. De repente, surgem Max e Pierre.

— Karen, será que podemos nos sentar aqui? —pergunta Max.
— Sim. Tudo bem, Samantha?
— Sem problema algum. E já disse que pode me chamar de Sam. É melhor e mais curto do que o meu nome completo.
— Vou aproveitar e me apresentar. Me chamo Max e esse aqui é o Pierre. Nos conhecemos hoje depois da aula.
— E o detalhe é que éramos da mesma sala e esse cara desligado nunca nem notou —responde Pierre.
— Max, você realmente é uma figura —diz Karen enquanto dava algumas risadas.
— Pierre, você participa de algum clube? — pergunta Sam.
— Nenhum.
— E não tem interesse?
— Eu queria fundar o meu próprio clube, só que aqueles chatos do conselho não permitiram.
— E sobre o que era? — pergunta Max.
— Bem... Era um clube de contos eróticos e hentai!
— Você é maluco? É por isso que recusaram logo de cara — responde Sam enquanto ria.
— Você teve mesmo coragem de falar ao pessoal do conselho com proposta e tudo? — pergunta Karen.
— Sim. E recebi um sermão de mais de meia hora do vice presidente. Me pergunto se ele acredita que nenhum aluno veja esse tipo de coisa...
— Eu não sabia que você curtia. Se quiser eu posso te indicar alguns... — Max para e olha para o rosto de Karen e Sam — Bem, eu posso te indicar um site onde você pode se curar disso, né? Que absurdo!
— Max, você também não gosta? —pergunta Pierre triste.
— Bem... Err...
— Sei! Está apenas disfarçando a sua proposta, não é? — pergunta Sam enquanto ria.
—  Não acha melhor conversarmos depois sobre o “site da cura”? — pergunta Max.
— Aaaah... Entendi! Não se esqueça de me passar esse site, pois quero consultá-lo ainda hoje!

Max e Pierre conversavam entre si por um momento e Sam e Karen fazem o mesmo:

— Garotos... Esses dois são mesmo do tipo pervertido. Mas parecem bem legais!
— É como dizem pra não julgar pela “casca”. O Max é um amor de pessoa e muito bem humorado também. Eu me lembro que quando ia entrar na sala do conselho pela primeira vez, foi ele quem passou lá e me disse algumas palavras de força — diz Karen.
— Ora, ora. Então vocês dois já são tão próximos assim, Karen? — pergunta Pierre.

Max  e Karen ficam envergonhados, mas logo todos na mesa caem na risada com a reação dos dois. Stephanie observava a mesa deles. Uma das garotas do grupo percebe e comenta.

—Veja só. Aqueles ‘não populares’ excluídos se juntaram e fizeram um grupinho. Tão ridículo quanto cada um ali, não é, Stephanie?
— Claro... Que ridículos — responde um pouco pensativa — Apesar de tudo, eles parecem estar se divertindo juntos — pensa.

O horário de almoço estava quase acabando e todos já estavam indo para as salas de aula. Samantha se despede dos três, que seguem para a sua sala. Tony estava parado do lado da porta. Max e os outros param e o garoto apenas olha.

— Tony...
— Max Cavallini... Então quer dizer que os boatos de que você estava aqui eram realmente sérios...
— Sim. E quanto a você, decidiu se mudar definitivamente para Carpe Diem?
— Quem sabe... — responde em um tom de incerteza — O que eu sei é que assim como no Yamada... Eu jamais vou perder pra você aqui, seja no que for — responde em um tom frio e calmo.

Dito isso, Tony entra na sala. Pierre e Karen estranham a atitude do garoto e perguntam a Max o motivo dele ter falado daquela maneira. Antes que ele pudesse explicar ,o professor chega e começa a aula.
Depois que a aula acabou, Karen caminhava até o clube de jardinagem. Ela se depara com a garota estranha de cabelos verdes.

— Karen Mattos, não é?
— S-Sim. Quem é você?
— Sabrina Paella.
—Ah, bem vinda ao colégio. Tem interesse em entrar no clube?
—Na verdade não. Mas... Não pude deixar de notar como você é habilidosa com as plantas. Percebi hoje de manhã quando passei por você. Se lembra?
— Sim. Eu lembro...
—Acho que aquele problema não foi nada pra você, não é?
— Problema... Você fala... — Karen se assusta — Será que ela viu o que eu fiz? — pensa.
—Muito habilidosa com as mãos, certo? Só que você parece ter mais domínio das plantas que da terra. Não será tão problemática quanto pensei — sorri e sai.

Karen não entende o que ela quis dizer e entra para o clube muito pensativa. Enquanto isso, Luke estava sentado na parte de trás do colégio. Ele observava o pôr do sol e se levanta imediatamente ao ver que Sato se aproxima dele.

—Luke Carvalho, não é?
—Sim. Algum problema? E você é?
— Sato. Você esteve naquele grande acerto de contas, não foi?
— Você também estava lá, estou me lembrando agora.
— Claro... Na Fênix.
— Uma das gangues de jovens mais famosas das redondezas.
— Daquela vez a Fênix não estava contra você, mas saiba que não faço mais parte dela.
—Isso por acaso é uma intimidação? Quer dizer que está a fim de estar contra mim, nesse momento?
— Estamos próximos ao ambiente escolar e nesse exato momento não estou interessado em fazer nada. Mas já te aviso que mais cedo ou mais tarde iremos nos enfrentar. Cuidado para não esfriar tanto a sua cabeça, porque se for necessário, eu darei um “empurrão” para que logo ela se esquente e quem sabe, até torre, não é? —Sato segue seu caminho e não olha mais para Luke.
— Esse cara... Ele é que espere pra ver o que vai acontecer com ele. Mal posso esperar para “quebrar” essa sua cara de folgado. Meu sangue até circula mais rápido só em imaginar te derrotando.

Max estava conversando com Pierre no pátio da escola. Eles comentam sobre um par de ingressos que estavam nas mãos de Max. Karen passava por ali e então Pierre se despede dele e lhe deseja boa sorte. Max fica envergonhado e não sabia o que dizer.

—Oh Max. Desculpe a demora. Acabei me atrasando por que depois do clube tive que entregar um envelope com aquela avaliação lá pro conselho.
— Sim... Bem, eu... Aliás, ficou sabendo algo do Chad?
— Quando perguntei ao vice-presidente sobre, ele apenas respondeu que o presidente estava em coma, mas que acreditava que logo ele estaria de volta.
— Fico imaginando se aquele cara vai realmente voltar... Ele parecia estar envolvido com gente barra pesada.
—É mesmo...
— Aliás, é sobre isso que eu deveria falar com você também. Por isso marquei aqui depois da aula para nós quatro nos reunirmos.
— E o Luke e a Stephanie?
— O Luke disse que iria me bater se eu não saísse da frente dele e a Stephanie se recusou a me ouvir. Bem, de qualquer forma, o meu avô me enviou uma mensagem e disse que confirmou que um dos interessados no poder do Elemento7 chegou aqui na cidade há pouco tempo e que ele com certeza já está agindo. Ele pediu pra gente tomar muito cuidado até aqui na escola.
— Max, você acha que podemos sofrer algum ataquele como o daquela vez?
— Sim. Por mais que o vovô tenha tentado me acalmar em relação a isso, notei que ele anda muito preocupado desde que chegou aqui.
— Eu estou preocupada. Max, eu não sei lutar. Apesar de querer me juntar a você para proteger essas chaves, não sei se serei útil. Sou muito fraca...
— Karen — Max coloca uma mão no ombro da garota — Nós todos somos especiais e se nos esforçarmos, acredito que possa dar certo.
— O-obrigada! —diz Karen  envergonhada e com um sorriso no rosto.
— Certo...  Ah, Karen. Quase me esqueci! Sabe aquela garota rica que chegou hoje na escola?
—Sei. Eu a vi hoje uma vez na hora do almoço.
— Pois é. Depois da aula, eu estava com o Pierre, e vi ela esquecer seu lenço em um banco. Depois que eu corri atrás dela e entreguei, ela me agradeceu e disse que o lenço era especial pra ela. Logo depois me deu esses dois ingressos pra assistir um novo filme que vai sair no final de semana como recompensa.  Quer ir... comigo?

Karen fica paralisada por um momento. Ela nunca havia sido convidada pra sair com um garoto. Ali perto haviam dois “espiões” que estavam ouvindo toda a conversa desde o começo. Eram Stephanie e Luke. Ela estava escondida atrás de uma árvore e Luke estava encostado no outro lado do muro. Os três esperavam pela resposta de Karen, cada um em seu lugar.


Próximo: Capítulo 18 – Encontro Romântico?

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