segunda-feira, 30 de julho de 2012

Capítulo 16 - Novos Alunos

Atenção! A história a seguir é recomendada para maiores de 16 anos. Contém temas sugestivos, linguagem inapropriada, nudez e violência.



A garota esperava a resposta de Karen e ao notar que ela estava assustada, decide se apresentar.

— Me desculpe por não me apresentar e explicar as coisas. Isso deve ter te deixado tensa. Eu me chamo Samantha Rivers e sou a presidente do clube de jardinagem da escola. Eu notei que você sempre olhava para esse local, passa aqui todos os dias e até cuida das plantas. Quer se juntar a nós?
— Então era isso? Ainda bem... Já estava achando que podia ter algo relacionado com poderes —pensa Karen — Quero sim! Eu estava até pensando em procurá-los algum tempo atrás.
— Então venha comigo! Vou te apresentar a nossa sala.

As duas conversaram por algumas horas e Karen percebe que já estava tarde. Elas então marcam de almoçarem juntas no dia seguinte. Karen sente algo bom enquanto caminhava.
No dia seguinte, Luke chega a escola e cumprimenta Diego e Fernando. Eles pareciam um pouco espantados e então ele pergunta o que aconteceu.




– Cara, um novo aluno foi transferido para a escola – diz Diego.
                – E o que tem isso? – pergunta Luke.
                – Parece que alguns caras já o conheciam e pelo que soubemos ele era de alguma gangue ou algo do tipo. Hoje já tentaram intimidá-lo logo cedo aqui fora da escola – conta Fernando ainda espantado.
                – Até agora não entendi o motivo do espanto de vocês dois.
                – Acontece que todos os caras que tentaram intimidá-lo, ficaram apavorados e mal conseguem falar. Ele os calou apenas com o olhar!

                Luke fica meio receoso com o que havia acabado de ouvir. Que tipo de pessoa seria aquela que estava deixando todos tão assustados?

                – Quero saber quem é esse cara. Vai ver nem é lá essas coisas e todos estão é exagerando.
                – Já pensou se ele for parar na nossa turma? – pergunta Diego.
                – Isso não seria nada bom. Conhecendo a sua fama, Luke, ele pode não querer ficar por baixo e querer te enfrentar ou algo do tipo – diz Fernando.
                – E eu com isso? Se ele “vier para cima” será “bem recebido”!

                Os três entram no pátio da escola e observam que havia uma movimentação diferente do comum. Luke se perguntava se era o tal do garoto transferido que poderia estar ocasionando tudo isso, porém vê que não era. O motivo do alvoroço era uma bela garota de longos cabelos lisos e prateados. Ela tinha os olhos tão claros e brilhantes quanto seus cabelos e parecia muito calma e elegante. Tinha um par de seios do tamanho médio pra grande. Pelos comentários, ela era de uma família muito rica. Seu nome era Janet DuPont.

                – Que garota bonita! Ela deve ser transferida também. Olha só que peitos bonitos, meu! – comenta Diego.
                – Mais um? Bem, como é mulher, não faz mal e de fato, são mesmo! – comenta Luke.
                —Mas os da Karen são melhores, não é? —pergunta Fernando com um sorriso no rosto.
                —O quê? Porque tem que citar a Karen agora? —pergunta Luke — É, os dela são maiores mesmo —pensa.
                —Só brincando. Não precisa ficar com ciúmes da sua nova paixão.
                — Vocês dois calados às vezes é bem melhor, sabiam?

                Stephanie estava ali por perto, com seu habitual grupo de amigas e não aparentava estar muito satisfeita com os comentários a respeito da garota que estava chamando atenção. Janet olha diretamente para ela e sorri. Stephanie tem uma sensação esquisita e sai dali.

                Luke finalmente chega à sala de aula e sente um forte impacto de alguém esbarrando nele. Os dois caem. Era Max.

                – Desculpe! Eu estava saindo meio apressado e não vi que alguém estava entrando.
                – Eu já disse para olhar por onde anda, lesado! Da próxima eu te presentearei com um belo soco no meio da sua cara – responde Luke um pouco irritado — Você me dá nos nervos.
                – Calma, calma. Está muito cedo para ficar estressado. Me disseram uma vez que nós homens temos que nos “aliviar” um pouco — fecha o punho e agita— pela manhã ou à noite, pra não ficar desse jeito – diz Max com uma certa inocência até.

                Fernando segura uma risada. Luke não gosta do que Max disse e rebate:

                —Acha que eu sou um moleque na puberdade igual a você? Já estou no mundo adulto. Quem precisa disso é você, que só vivia rodeado de machos o tempo inteiro.
                —Oh... Essa foi boa! Eu tenho que ir ali agora, mas depois a gente se fala  —diz Max, se despedindo e saindo.
                —E quem disse que a gente é amigo pra ficar se falando depois daqui?
                – Que garoto folgado! Ainda acho que você alivia demais pro lado dele, Luke – comenta Diego — Por quê?
                –  Bem... Eu... Não vou perder tempo com esse cara.
                – Ele só esbarrou em você por acidente. Não joga lenha na fogueira também, Diego – repreende Fernando — Ele aparenta manjar de uns papos interessantes até.
                — Pervertidos reconhecem pervertidos — diz Diego.

                Enquanto isso, Karen estava terminando de regar algumas plantas. Era seu primeiro dia oficialmente no clube. Ela percebe que ainda tinha alguns minutos antes da aula começar. Samantha diz que ia guardar alguns equipamentos dentro da sala do clube e a veria no almoço. Karen então fica sozinha. De repente ela ouve alguém, que passava por ali perto:

                – Plantas inofensivas... Assim como a terra dá vida à elas, é ela quem as castiga em seu momento de fúria.

                Karen havia sentido uma presença estranha e vira para ver quem estava ali. Era uma garota. Ela tinha os cabelos esverdeados e curtos. Karen a observava um pouco assustada. A garota então vira seu rosto rapidamente e sorri de uma forma estranha. Ao olhar para as plantas que faltavam ser regadas, vê que algumas haviam morrido misteriosamente. Karen cura as plantas rapidamente e volta para sala. Ela ainda estava um pouco aflita ao lembrar-se daquela misteriosa garota que passou por ela.

O professor entra na sala e comenta que eles teriam um novo colega. Todos ficam em silêncio. Alguns estavam aflitos, imaginando se poderia ser aquele tal garoto que havia calado os outros apenas com o olhar. O professor então pede a ele que entre. Contrariando as expectativas, era outra pessoa. Ele parecia bem quieto. Usava óculos e um casaco com capuz por cima da camisa de baixo. Ele não esboçava muitas reações e permanece com as mãos dentro dos bolsos.

                – Turma, este é Tony Stewart, ele veio transferido do colégio Yamada, o mesmo do Max,  e estará conosco agora. Seja Bem Vindo e pode escolher um lugar para se sentar.

                Tony caminha lentamente a procura de um lugar vazio. Ele passa ao lado de Max e os dois se olham rapidamente. Tony logo desvia o olhar e se senta. Max sabia quem ele era e estava surpreso em vê-lo naquela escola. Durante toda aula, Tony parecia observar Max. Provavelmente ele também estava se lembrando dele. O professor faz algumas perguntas de Matemática aos alunos. Alguns erravam ou não sabiam, outros acertavam e assim por diante. Porém, para responder a essas perguntas, era necessário fazer alguns cálculos usando lápis e papel. Ele então decide perguntar ao novo aluno e a pergunta sorteada acaba sendo uma de nível difícil. Luke imagina que ele provavelmente não iria acertar aquela. Tony dá a resposta exata em apenas três segundos, sem nem tocar no lápis:

                – A letra ‘a’ é Três quartos de pi. E a letra ‘b’ é três vezes a raiz de vinte um.
                – Uau! Sua resposta está completamente certa! – comenta o professor.

                Os alunos ficam impressionados. Alguns se arriscam de ir conversar com Tony após a aula. Ele trata todos com frieza e responde apenas o necessário. Karen se aproxima e se apresenta como representante. O garoto não diz muitas palavras e recusa dar uma volta pela escola. Samantha aparece na porta  e chama Karen. Ela pede licença e sai.

— Esse cara é incrível! Não há dúvidas de que é Tony Stewart! — diz um garoto que se sentava ao lado de Max e Karen, meio que puxando assunto com ele — Ei, você conhece esse novato?
 — Acredito que sim. Tony. Era sempre o primeiro da turma dele e em todos os simulados do Yamada. Era conhecido como o garoto ‘TOP’ da escola – diz Max.
                – E o que esse cara veio fazer aqui, numa escola de nível mais baixo?
                — Eu não sei. Mas acredito que ele deva ter um bom motivo.
                —Você também entrou faz pouco tempo, não é? Acho que nunca conversamos. Meu nome é Pierre! Tá indo almoçar agora?
                —Estou sim! E você?
                —Eu estava me decidindo aqui. É tão chato ir almoçar sozinho.
                — Também acho. Se quiser, pode vir comigo. Também estou sozinho.               
                — Topo! — responde Pierre com um sorriso no rosto.

Stephanie e suas amigas já estavam se servindo no restaurante da escola. De repente, Janet se aproxima e pede licença de uma forma exageradamente educada. Ela se servia e manuseava tudo de forma fantástica.

                –  Você é tão elegante! – comenta uma das garotas.
                – Oh, são apenas regras de etiqueta que aprendi com meus pais. Nada demais.

                Depois de colocar seu almoço, ela pede licença e se retira. De repente começa a ventar no local e o lenço que Janet carregava acaba voando para perto de Stephanie, que o segura.

                – Ora, ora. O vento e o destino são tão parecidos. Alguns acreditam que ambos são pré-determinados. Porém veja bem como eles podem nos pregar peças – diz Janet enquanto sorria.

                Stephanie entrega o lenço a ela. Janet agradece e vai embora.

                – O que essa garota quis dizer com isso? – imagina.

                O restaurante ainda estava bem movimentado e barulhento. De repente, é tomado pelo silêncio. Um garoto, segurando seu prato, parecia estar procurando um lugar para se sentar. Ele tinha os cabelos avermelhados, longos e amarrados. Ele tinha estatura média. O seu olhar não era muito amigável. Alguns cochichos surgem em todas as mesas. Diego e Fernando cutucam Luke. Era o tal garoto que tanto falavam. Ele para em frente à mesa dele por um instante e os dois se encaram com olhares nada amigáveis.

Próximo: Capítulo 17 – Conversa e Convite

Nenhum comentário:

Postar um comentário