quarta-feira, 11 de julho de 2012

Capítulo 14 - Herdeiros Alfa


Atenção! A história a seguir é recomendada para maiores de 16 anos!


                – Vovô? – perguntaram os outros três, impressionados.
                – Isso mesmo! Ele é o meu avô! – diz Max entusiasmado.
                – Irei me apresentar a vocês, jovens. Sou Marco Acquazzi.  Como puderam notar minha jovialidade, tenho por volta dos quarenta e tantos anos...
                – Vovô, você tem cinquenta e oito!
                – É quase próximo disso – dizia enquanto tossia e tentava disfarçar –  Max, olhe para seu estado, andou brigando na rua?



                – É, aconteceram algumas coisas. Ainda bem que você chegou para nos salvar. Muito obrigado! Estávamos quase para morrer e...
                – Por pouco o seu neto fracote não foi derrotado por mim. Quero uma revanche já que nosso duelo foi interrompido! – diz Luke.
                – Ora, ora. Então você estava no meio de um duelo? Desde quando brinca dessas coisas?
                – Anteriormente sim, mas eu não tinha mesmo intenção de duelar com o Luke, por isso fingi que fui derrotado por ele.
                — Tch! Não tem coragem de admitir que perdeu e fica inventando desculpa esfarrapada — comenta Luke.
                – E essas duas garotinhas? Não precisam ficar envergonhadas, podem participar da conversa também – dizia Marco  enquanto mostrava seu grande sorriso, muito parecido com o de Max.
                – Obrigada, e eu não tenho mais nada a dizer! – diz Stephanie enquanto virava a cara para o lado.
                – Obrigada por nos salvar – diz Karen.

                Marco logo muda um pouco a sua expressão. Max se lembra de algo e comenta:

                – Aconteceu algo, vovô? Você veio às pressas e nos procurou aqui na escola. E o que são herdeiros alfa? Você me disse apenas que eu iria encontrar três pessoas que teriam poderes como eu.
                – Digamos que é hora de eu contar algo a vocês quatro. Poderiam prestar bastante atenção? Precisam saber da atual situação

                Os quatro pareciam bem curiosos e atentos ao que Marco, que aparentava estar bem mais sério, iria dizer.

                – Vocês são herdeiros diretos das antigas famílias ‘Alfa’. Há alguns milênios atrás, o mundo era divido em grandes reinos. Eram sete ao todo. Cada um desses reinos abrigava uma família com membros dotados de poderes especiais. Todos eles já nasciam assim e passavam os seus genes adiante. Esses poderes eram de suma importância naqueles tempos e evitavam muitas catástrofes. Além disso, existia algo muito superior que equilibrava e  podia fazer coisas inimagináveis, o “Elemento7”. Porém, quando pessoas ruins descobriram tudo a respeito, usaram de sua ambição maligna para transformar o mundo em caos. Temendo que as coisas ficassem piores do que já estavam, as famílias tentaram “concertar” o mundo que já estava mergulhado num terror sem igual e abdicaram de seus poderes para criar sete chaves e selar o Elemento7.
                – E o que é esse tal Elemento7? – pergunta Luke.
                – Alguns dizem que é um artefato, outros que é um tipo de poder ou magia. Há aqueles que acreditam até que seja um lugar. Ninguém pode afirmar o que é o Elemento7.
–E porque temos esses poderes agora se os supostos ‘familiares’ os abdicaram anteriormente? – pergunta Stephanie.
                – Para a surpresa deles, a transmissão de genes com poderes ainda ocorreu, porém de uma forma muito rara e eles não se manifestavam em qualquer um.
                —Vovô, e por que motivo eles se manifestaram em nós?
                – A integridade do Elemento7 está em risco. Os poderes dos herdeiros se manifestariam em casos onde alguma chave fosse encontrada.
                – Senhor, tudo isso está relacionado com os acontecimentos desses últimos dias? – pergunta Karen — Se eu me lembro bem meus poderes começaram a aparecer por volta de alguns anos atrás.
                – Pra quê toda essa formalidade? Pode me chamar de você – dizia Marco sorridente –  É quase certo  que alguém já encontrou alguma das sete chaves há alguns anos atrás, e por isso o poder de vocês despertou. Muitos sabem a respeito do Elemento7 e buscam eliminar os herdeiros alfa, que até então são desconhecido pela maioria. Eles vêm vocês como um problema para os objetivos malignos de dominação.
                – Por quê? – pergunta Stephanie.
                – Vocês têm poder suficiente para resgatar as chaves e selar o Elemento7. É por isso que precisam tomar cuidado a partir de agora. Existem muitas pessoas e grupos interessados na obtenção do poder do Elemento7 e farão qualquer coisa por isso sem medir esforços. E isso não é de hoje, portanto precisam se ligar!
                – E sobre o Elemento7? Você sabe mais a respeito? – pergunta Max.
                – Eu só sei o que disse. Desconheço até a forma do mesmo. Provavelmente quem está atrás dele saiba muito mais.
                – Isso é loucura! Quer dizer que minha vida vai estar em risco a partir de agora? Vou receber mais ameaças e ser perseguida? – pergunta Stephanie.
                – Eu sinto dizer que há uma grande possibilidade. É por isso que vocês quatro precisam se unir a partir de agora. Se formarem um grupo, será muito mais fácil já que cada um ajudará o outro.
                – Formar um grupo? – pergunta Luke em um tom de ironia – Quer que banquemos os “super-heróis”?
                – Nós não temos escolha, Luke. Isso tudo parece tão sério – responde Max.
                – É difícil até de acreditar... Porém, algumas coisas começam a fazer sentido agora – comenta Karen.
                – E quem garante que toda essa história é verdadeira? Esse homem nem sabe com detalhes toda a história! Eu não quero me juntar e fazer grupo algum! Se me derem licença, estou me retirando daqui. Pra mim já deu o que tinha que dar por hoje! – diz Stephanie enquanto se preparava para sair.
                – Vocês precisam se unir! Os desafios estão só começando! Vejam o que quase aconteceu a vocês hoje. Eles não estão de brincadeira.
                – Não estou com cabeça para isso. E nem sei se você está falando a verdade, ainda mais por ser avô desse lesado! Como eu poderia ter certeza que você está falando sério? Como pode saber de tudo isso? – pergunta Luke.
                – Estou falando sério!  Eu vim avisá-los o quanto antes para fazerem algo a respeito antes que seja tarde. De qualquer forma, eu esperava esse tipo de reação. É bem chocante para vocês. Agora é melhor descansarem bastante depois dessa de hoje. Pensem melhor durante alguns dias e logo voltarei para saber como andam as coisas e o que cada um decidiu.

                Já era bem tarde e por isso o avô de Max oferece carona a todos. Mas algo estranho estava acontecendo. Ninguém parecia ter notado o que houve na escola. Nem bombeiros ou a polícia sequer apareceram por ali. Todos permaneceram em silêncio dentro do carro e rapidamente foram deixados em casa. Karen percebe que seus pais ainda não haviam retornado da viagem de emergência para ver um parente em outra cidade. Ela estava exausta. Luke entra silenciosamente e ao chegar em seu quarto, fica pensativo a respeito do que ouviu. Ao chegarem à casa de Stephanie, a mesma agradece e sai do automóvel sem fazer muitas cerimônias. Marco comenta:

                – A herdeira do vento... Provavelmente vai ser a mais difícil de convencer.
                – E como vai... Mas agora eu acredito completamente em você, vovô! Quando me disse que eu iria encontrar pessoas parecidas comigo nessa escola eu meio que duvidei um pouco. Logo no meu primeiro dia de aula e eu vi que você estava certo! – responde Max – Mas tem algo que me incomodou durante essa conversa.
                – E o que é?
                – Vovô, algo está acontecendo, não está? Você me disse que só viria em caso de emergência.
                – De fato...  Mas vamos nos preocupar com a união de vocês quatro primeiro, não é?
                – Ok!
                – Ah Max! O seu avô anda tão solitário ultimamente. A minha última namorada terminou comigo!
                — Vovô, o que você fez dessa vez hein? —pergunta Max se segurando pra não rir.
                — Nada demais... Que mulher ciumenta! Nenhuma delas vai ser como a sua falecida avó... —suspira Marco enquanto tentava esconder a explicação do que havia ocorrido.
— Vovô... — Max o encara.
— Tá bom! Foi porque ela me encontrou tocando os seios de uma outra moça bonita que vi no festival. Eu me senti tão atraído por aquele belo par de ‘melões’, não resisti e toquei por alguns segundos apenas...
                – Viu só? Já tá solteiro de novo —Max ri — Mas me conta vai... De que tamanho eram os ‘melões’ da moça?
                – Eram dos grandes! Um F-cup!
                — F? Nossa, tá explicado então! E ela não te bateu quando os tocou?
                — Meu caro neto... As mulheres não são tão santas quanto querem mostrar. Ela gostou, eu tenho certeza!

                Os dois riam muito juntos. Marco parecia estar com saudades de conversar com seu neto, pois já fazia um bom tempo que não se viam. Apesar dessa alegria toda, algo ainda o incomodava em seus pensamentos:

                – Então é isso. Ele realmente já começou a se mover!

                Enquanto isso, haviam duas pessoas próximas ao Colégio Valle Diem. Eram dois homens e só era possível ver a sombra deles.

                — Herdeiros Alfa... Então quer dizer que estão todos nessa escola.
                — Tch! Pra mim são todos uns idiotas!
                — Seus comentários realmente hein...
                — Não importa! Aliás, porque usou seus poderes para esconder o que ocorria nesse local? Facilitando o trabalho do Gerard?
                — Não é só isso. A partir de agora quero observar tudo. Ela previu que logo os herdeiros cruzarão o nosso caminho.
                — E o que as previsões daquela mulher tem a ver? Ah, já sei... Daqui você vai correndo contar pra ela, não é?
                — Provavelmente.Porquê? Está com ciúmes?
                —Você é idiota? É claro que não é isso! —responde o outro homem com uma voz embaraçada.
                — Eu te conheço melhor do que qualquer um — responde o outro enquanto ria discretamente — Acho melhor voltarmos para a empresa. Já observei o bastante por hoje!

                Os dois desaparecem em segundos.  


Próximo: Capítulo 15 –  Paródia e... Peitos?

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