quarta-feira, 25 de abril de 2012

Capítulo 7 - Max Cavallini


Todos os alunos já estavam dentro de suas respectivas salas aguardando a aula começar como de costume. O professor então entra e depois de desejar um bom dia comenta:
— Eu tenho uma novidade para vocês. Terão um novo colega de classe. Poderia entrar, por favor?
O garoto entra na sala. Ele parecia um pouco nervoso e quase tropeça enquanto caminhava. Stephanie repara bem e nota algo estranho. Ela já havia o visto antes.


— Esse é Max Cavallini. Ele veio transferido do Colégio Yamada e já estudou no fundamental do Valle Diem, então digamos que retornou à nossa rede de escolas.
Alguns ficam surpresos ao ouvir o nome da escola em que Max havia estudado. Era conhecida por ser uma das melhores da cidade vizinha. Apesar de Max já ter estudado na rede de escolas Valle Diem, ele era muito pouco conhecido no ensino fundamental e costumava não ser muito atlético e nem sociável, era desengonçado e muito tímido. Aquele garoto que estava de pé em frente a toda classe transmitia um ar diferente disso em alguns aspectos.
— Bem, pode escolher um local para se sentar e seja muito bem vindo!
— Obrigado! — responde Max e logo em seguida procura uma carteira.
Havia uma vaga ao lado da de Karen. Ele então se senta e sorri para ela. Luke observava tudo. Stephanie confirma que aquele era o garoto que ela havia visto no metrô no dia anterior.
— Ele provavelmente estava se matriculando aqui ainda, por isso não usava um uniforme. E, aliás, eu me lembrei aqui agora que já o conheci antes disso, só não me lembro quando e como — pensa Stephanie.
O professor começa a aula. Max retira uma garrafa de água azul e muito bonita de sua mochila e começa a bebê-la naturalmente. A garrafa fica vazia em menos de dois minutos. A garrafa tinha aproximadamente dois litros! Todos ficam surpresos com a quantidade de água que ele bebia e ao perceber que as pessoas estavam olhando, Max fica um pouco sem jeito. Assim que a aula acabou, várias pessoas foram até a carteira dele para conhecê-lo e lhe fizeram várias perguntas.
— Uau! Você era do Colégio Yamada! Cara, porque saiu de lá? É um colégio tão difícil de conseguir entrar e um dos melhores do país!
— Meu pai voltou a morar aqui em Carpe Diem e eu tive que vir com ele. Ficaria difícil ir de uma cidade pra outra todos os dias.
— E como era estudar num colégio só para garotos? — pergunta uma garota que já imaginava mil e uma cenas de romances entre eles.
— Bem, faltava uma presença feminina naquele lugar, mas por sorte tínhamos contato de vez em quando com as garotas de um colégio feminino – dizia isso enquanto observava atentamente o busto dela, já que estava abaixada em sua carteira – Mas o colégio era até legal, apesar de só ter homem.
— E porque bebe tanta água? É costume dos alunos de lá fazerem isso?
— Bem... Eu gosto muito de água e sinto sede fácil. Só que tem um “efeito colateral” que vem rapidamente. E nesse exato momento ele resolveu fazer uma visita pra mim – diz o garoto enquanto parecia tenso.
Max pede licença às pessoas e sai. Stephanie comenta com suas amigas a respeito do novo aluno e uma delas diz:
— Você não se lembra dele? Como não? Ele se declarou pra você há muitos anos atrás. Como você o esqueceu?
— Se declarou? Eu realmente... —Stephanie se lembra — Sim, era mesmo ele. Mas eu o rejeitei, afinal ele era tão apagado e não fazia o meu tipo. Ele está um pouco diferente agora, eu acho...
— Ele está até bonitinho, não acha... Stephanie?
— Err... Eu não acho nada! — diz Stephanie um pouco envergonhada — Uma vez apagado, sempre apagado! E por favor, eu tenho mais o que fazer!
– E quanto a Karen? Como acha que ela vai se comportar na reunião com o Conselho hoje mais tarde?
– Eu realmente adoraria saber. É capaz de acabar ficando nervosa, mas já vou fazer uma pressão básica nela depois daqui. Me esperem que só vou ao banheiro e encontro vocês pra almoçar.
Luke estava um pouco incomodado ao ver todos comentarem sobre o aluno transferido. Pra ele tinha algo errado com Max e então ele sai da sala e vai até o banheiro. Ao chegar lá, ele se depara com Max deixando o mictório com uma expressão aliviada e indo lavar as mãos.
— Oh, você está na minha sala também, não é? Quem diria... O famoso Luke Carvalho— diz Max.
— Estou... E pelo visto você vem sendo o assunto mais comentado dali... Quem diria — responde Luke.
— Meio milagroso isso. Já que anteriormente ninguém falava sobre mim aqui. E tem muitas garotas bonitas na escola. Estava sentindo falta desse ar feminino todos os dias!
— Você por acaso está querendo ser o centro das atenções e conseguir todas as garotas daqui, não é mesmo?
— Como se isso fosse possível – diz Max enquanto ria.
— Não fique rindo para disfarçar suas intenções. E só te digo uma coisa: Não invada o meu espaço nessa escola, ou então se verá comigo! Entendeu?
— Eu não tenho intenção alguma de invadir o espaço de ninguém. Eu nem mesmo tenho status e habilidades pra isso –
— Tch... Você é tão irritante — diz Luke e vai embora.
— Ele parece ser como os boatos diziam no passado. Mas não vou me preocupar com isso  nesse momento— pensa Max.
Ao sair do banheiro, ele sente algo estranho com suas lentes de contato e ao tentar arrumá-las esbarra em Karen, que estava passando por ali.
— Me desculpe! — estica o braço para ajudar Karen a se levantar — Eu comecei a usar lentes de contato há pouco tempo, então não me acostumei com elas ainda.
— Sem problema e obrigada por me ajudar a levantar.
— De nada! – Max então observa Karen – Nossa! Ela é tão bonitinha. É como se eu conseguisse ver através dos óculos dela e imaginar... E ela parece tão gentil e educada! E observando bem, ela tem um belo e notável par de... –Max interrompe os próprios pensamentos.
— Bem, eu me chamo Karen, P-Prazer em conhecê-lo.
— Você me parece bem tímida falando desse jeito! — dá algumas risadas — Não que eu ainda não seja um pouco, mas eu era muito mais antigamente.
— Mesmo? E como conseguiu lidar com isso? Eu sempre fico tão sem graça, ainda mais quando vou conversar com um garoto.
– Eu me afastei do ambiente que me fazia ficar cada vez mais retraído e comecei do zero tentando mudar. Acho que estou bem melhor hoje. Se fosse há alguns anos, eu estaria soando e tremendo de vergonha só por estar falando com você.
– Então já completei o primeiro passo. Eu me afastei do antigo ambiente. Estou começando a gostar daqui. Parece um bom local.
– Se eu não me engano, é você quem é a representante da nossa sala, não é mesmo?
– Isso! Eu não tenho exatamente o porte, e hoje é meu primeiro dia na reunião com o conselho. Vou me esforçar ao máximo.
— Você vai conseguir! Estarei torcendo por você. Agora eu vou dar uma volta pela escola. Ontem só percorri alguns lugares e queria terminar de conhecer os novos ambientes e ver como outros locais estão. Boa reunião!
— Obrigada! Bom passeio!
Karen e Max se despedem. Os dois caminham em direções opostas. Ele lembra que tinha algo a perguntar e então a chama e segue na sua direção. Max se desequilibra no caminho, tropeça e cai por cima de Karen. Ele estava um pouco envergonhado, mas no fundo estava achando tudo aquilo até interessante. Os dois se olham profundamente. Max podia sentir um pouco dos seios dela por estar por cima e isso realmente o deixava excitado e sem pensar muito.
– Que sensação macia e aconchegante. Também sinto uma aura diferente. Essa garota... Será que...?
Os dois continuavam meio envergonhados e sem reação, por isso não haviam dito nada e nem levantado. Nesse momento, Luke aparece e para ao ver o que estava acontecendo ali.

Próximo: Capítulo 8 - Memórias


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