Corporação Gênese (CG), 21 de Julho, 00h56min, Ano 995X.
Tudo parecia tranquilo dentro da
sede da misteriosa Corporação Gênese, uma grande empresa, um pouco afastada da
grande cidade. O movimento havia diminuído e só alguns cientistas e seguranças
trabalhavam por ali. Era um local bem planejado, escondido e com um sistema de
segurança considerado um dos mais impecáveis do planeta. De fato era, até que
uma movimentação estranha estaria prestes a ocorrer.
Uma mulher andava pelos corredores. Ela usava um jaleco e
provavelmente era uma cientista, mas não parecia estar com um crachá de
identificação do local. E ainda assim passava sem preocupação por várias salas
que eram monitoradas por câmeras. Os seguranças que estavam na sala de controle
central estavam atentos às câmeras de todos os locais, mas a mulher não
aparecia em nenhuma das imagens. É possível vê-la de corpo inteiro quando a
mesma se encosta-se à parede ao perceber a presença de um segurança no
local. Ele passa e quando a vê é
surpreendido por algo que ela retira do bolso do jaleco e pressiona próximo ao
rosto dele. O homem cai no chão em total silêncio. Antes de perder a
consciência e desmaiar, ele já estava com as mãos prestes a apertar algum botão
de emergência que havia em seu comunicador. A mulher nota e diz algo:
— Bem, acho melhor retirarmos isso daqui para não termos
nenhum inconveniente. Essa noite eu quero ficar sozinha e não quero ter que
conhecer seus amigos. Eles podem gostar de mim, mas no fundo só vão querer a
mesma coisa que todos querem – Diz isso e pega o comunicador para si.
A mulher era bonita e aparentava ter em média 30 anos. Ela
segue adiante e para próxima à porta de um salão. Como ela era feita de vidro e
tinha algumas aberturas, era possível ver o que havia do outro lado da sala.
Não era um lugar comum. Havia um globo de vidro gigante com algo muito pequeno
que flutuava no centro. A mulher sabia que precisava fazer algo logo. Ela
esconde-se e retira outro spray do seu bolso. Ela o pressiona por debaixo da
porta. O gás era invisível e inodoro. O segurança não havia notado qualquer
movimentação estranha. Nada parecia ter acontecido. Agora ela havia retirado
uma pequena pistola de dardos, levanta depressa, mira em uma abertura e atira.
O segurança percebe algo, mas já era tarde. Ele havia sido atingido pelo dardo
e desmaia. Logo em seguida a mulher entra na sala e diz:
— Pobrezinho. Se o seu outro amigo tivesse ficado aqui,
quem sabe eu não teria um pouco mais de trabalho? E essa sala estava cheia de
lasers detectores. Com o spray inodoro e invisível que eu desenvolvi, consegui
desativar todos. Pois bem, estou na sala dos experimentos proibidos. Tem muita
tralha por aqui pra falar a verdade, mas eis que estou de frente da exceção.
Dentro desse globo de vidro enorme se encontra uma pedra radioativa minúscula
que irá explodir quando eu ativar os explosivos. Alguns minutos e toda essa
porcaria de corporação estará aos pedaços. Antes disso preciso recolher os
dados secretos que preciso. Agora acho
que é melhor eu parar de falar e agir.
A mulher acessa um dos computadores da sala e depois de
alguns minutos, consegue descobrir a senha e com isso envia e passa alguns
dados confidenciais para um disco. Ela liga o sistema da sala e a pedra dentro
do globo começa a brilhar. Ela retira alguns tubos explosivos de dentro de uma
pequena maleta e coloca dentro de um compartimento. Ela pensa um pouco mais e
decide jogar todos os tubos lá dentro. Ao ativar o envio dos tubos para o
globo, para seu azar, o sistema de segurança é ativado.
— Droga! Preciso sair daqui agora. Mas não faz mal, o meu
plano já está quase concretizado mesmo – Diz ela.
A mulher começa a correr sem parar, mesmo usando sapatos de
salto alto. Uma arma surge no teto do salão e começa a atirar para todos os
lados. Ela consegue sair a tempo e entra em uma tubulação. Mais a frente vê que
tem grades de segurança lá dentro, então usa um martelo para quebrar a
tubulação e desce em uma sala com dois seguranças. Eles sacam suas armas e
então a mulher em um ato inesperado retira o jaleco e sua blusa, mostrando
então seus fartos e bonitos seios. Os seguranças ficam bobos olhando por um
segundo e então ela se aproveita da situação e usa um spray que coloca todos
eles para dormir.
— Tolos! Se tivessem resistido poderiam ter ficado comigo
depois que me prendessem e tocar no que vocês queriam. São todos iguais mesmo —
Diz ela enquanto vestia a blusa rapidamente e o jaleco.
Depois de muito correr e conseguir chegar à saída, a mulher
se depara com vários seguranças e alguns cientistas. Um deles a reconhece.
—Daphne. A ex- cientista da Corporação Gênese tem a ousadia
de invadi-la e acha que vai se safar dessa? – Pergunta o cientista.
— Célius, patético como sempre! E eu não quis mais saber
dessa ‘espelunca’ desde que meus projetos foram rejeitados. Só você mesmo pra
perder tempo com isso aqui. E de pensar que você ainda tem um pouco de talento nesse
seu cérebro que está sendo desperdiçado...
— Você pisou no território
errado. O que veio de fato fazer aqui? É algo relacionado com aquela pesquisa
secreta do Elemento7, não é? Você provavelmente está trabalhando pra aquela
maldita Sociedade M! Só pode!
— E você acha que te devo alguma
satisfação? Nem no tempo em que você era meu namorado eu ficava te falando
algo. Nem que você beijava mal e era péssimo na cama em alguns dias...
Os seguranças acham um pouco de
graça e olham para o cientista.
— Cale-se! Não precisa ficar
falando do meu passado na frente dos seguranças da organização — Célius diz
isso envergonhado — Pois bem, você será executada imediatamente. Prendam essa
mulher!
— É uma pena que vocês não
sobreviverão para ver o dia que isso irá acontecer — Diz Daphne que retira um controle do seu
bolso e aperta um botão — Adeus,
Corporação Gênese!
Dentro do globo de vidro, os
tubos inseridos que estavam flutuando próximos a pedra explodem e causam uma
explosão maior ainda que atinge todo o local em um espaço de tempo muito curto.
Anos se passaram
desde a explosão que ocorreu na Corporação Gênese. Nenhum sobrevivente havia
sido encontrado. A cidade não foi totalmente informada dos verdadeiros fatos,
já que nem as autoridades pareciam saber exatamente o que se passava naquela
corporação. Nem sequer o dono se sabia de fato quem era. As coisas naquela
pacata cidade estavam próximas de uma grande mudança, pelo menos na vida de
alguns.
Cidade
de Carpe Diem, 26 de Setembro, Ano 006Y.
Era primavera e o início do período
letivo nas escolas da cidade de Carpe Diem.
Muitas crianças e adolescentes andavam nas ruas da cidade logo cedo. Um
garoto comia um pedaço de pão enquanto caminhava em direção a escola. Ele
pensa:
— Ah! Eu estava tão acostumado a
dormir tão tarde e levantar mais tarde ainda e agora isso. Que preguiça! De
volta as aulas novamente e nem tive tempo de tomar café na minha casa. Mas
porque eu desliguei o despertador mais de cinco vezes mesmo? Deixa pra lá!
Quero férias outra vez...
O nome dele é Luke, 17 anos;
1,81m de altura, cabelos bagunçados e num tom loiro escuro ou castanho claro.
Não importa uma definição exata já que nem ele mesmo ligava pra esses nomes de
cor de cabelo. É um pouco imaturo para sua idade, muito ativo e possui espírito
de liderança. É um dos alunos mais populares e mulherengos da escola e possui
um jeito meio metido a valentão. Luke já brigou com outros garotos e possui um
“grupo” que não é exatamente uma gangue. É apenas um grupo onde estão garotos
que o seguem. Ele andava meio sonolento até que encontra dois garotos
conhecidos na porta da escola.
— Caras! Como foram de férias? —
perguntava Luke.
– Vou sentir falta delas! Mas
conta, você pegou mais de cinco nessas férias que eu fiquei sabendo! Você não
presta mesmo! – diz um deles enquanto ria.
Uma garota se aproximava do
portão da escola e estava bem acanhada. Ela parecia ser novata e muito tímida.
Seu nome era Karen, 16 anos; 1,62m de altura. Seus cabelos, de um tom castanho
bem escuro, estavam presos e usava óculos. Ela tinha a pela bem clara e parecia
ser uma garota frágil. Ela então entra e se dirige ao auditório onde ocorreria
a cerimônia de abertura.
Depois de muito conversar no
enorme pátio da escola, os alunos se dirigem ao auditório onde o diretor deseja
boas vindas aos novatos e a todos e faz aquele famoso discurso inicial. O
presidente do conselho estudantil também fala rapidamente e diz a todos para
respeitarem as regras da escola para que aquele local se tornasse um ambiente
agradável a todos. Os alunos aplaudem e então se dirigem às suas salas.
Karen fica meio perdida, mas
consegue entrar na sala certa. Na porta ela se depara com Luke e os dois se
olham rapidamente e logo sentam em seus lugares. Uma garota entra na sala e
chama a atenção de todos. Alguns comentários e cochichos surgem:
— A Stephanie é da nossa sala
esse ano?
— Uau! Vamos ter o privilégio de
ter essa beleza aqui conosco.
— Já pensou se ela se apaixona
por mim?
— Que gata!
Ela explode em alegria ao se
deparar com duas garotas, quase tão belas como ela, que pareciam ser suas
amigas ou colegas próximas. Stephanie era uma garota bonita e bem popular em
todo colégio. Ela tinha 16 anos e aproximadamente 1,60m de altura. O seu corpo
era parecido com o de uma modelo adolescente e sua voz era bonita.
O professor entra na sala, faz
algumas apresentações e começa com uma introdução do que seria sua disciplina.
Nada daquelas apresentações clichês chatas que pediam para os alunos se
apresentarem. Karen havia achado isso diferente do normal das escolas
anteriores que havia estudado. As aulas
vão se passando e era hora do almoço. Karen almoçava em uma das mesas do
restaurante da escola, sozinha. Luke estava almoçando com um grupo de garotos.
Uma garota de outra turma passa e eles comentam a respeito dela.
— Nossa! Essa daí é mesmo
bonita. Acho que vou convidá-la pra ir ao cinema pra depois sentir os seus
belos lábios nos meus — disse Luke.
— Esse Luke não perde mesmo
tempo — diz um dos garotos e todos começam a rir.
A alegria daquela mesa duraria
muito pouco, pois um garoto se aproximava furiosamente dela. Ele para ao lado
de Luke e todos se calam.
— Vejam o que temos aqui. O
palhaço e seu circo completo!
— O que você quer me enchendo a
paciência logo pela manhã, Fred?
Fred era um garoto da mesma
idade de Luke, porém ainda parecia ser mais alto que ele. De cabelos
encaracolados e pretos, pele clara e com um ar arrogante.
— Precisamos acertar as contas.
Ou pensa que eu me esqueci daquele dia? — diz Fred.
— Marque então, seu merda! — diz
Luke com um sorriso confiante.
— Hoje depois da aula em frente
aquele armazém abandonado. Se prepare pra apanhar muito, desgraçado!
— Veremos quem vai rir por
último!
Próximo: Capítulo 2 - Luke
legal
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