quarta-feira, 21 de março de 2012

Capítulo 1 – Invasão, Explosão e o Início!



Corporação Gênese (CG), 21 de Julho, 00h56min, Ano 995X.

                Tudo parecia tranquilo dentro da sede da misteriosa Corporação Gênese, uma grande empresa, um pouco afastada da grande cidade. O movimento havia diminuído e só alguns cientistas e seguranças trabalhavam por ali. Era um local bem planejado, escondido e com um sistema de segurança considerado um dos mais impecáveis do planeta. De fato era, até que uma movimentação estranha estaria prestes a ocorrer.

Uma mulher andava pelos corredores. Ela usava um jaleco e provavelmente era uma cientista, mas não parecia estar com um crachá de identificação do local. E ainda assim passava sem preocupação por várias salas que eram monitoradas por câmeras. Os seguranças que estavam na sala de controle central estavam atentos às câmeras de todos os locais, mas a mulher não aparecia em nenhuma das imagens. É possível vê-la de corpo inteiro quando a mesma se encosta-se à parede ao perceber a presença de um segurança no local.  Ele passa e quando a vê é surpreendido por algo que ela retira do bolso do jaleco e pressiona próximo ao rosto dele. O homem cai no chão em total silêncio. Antes de perder a consciência e desmaiar, ele já estava com as mãos prestes a apertar algum botão de emergência que havia em seu comunicador. A mulher nota e diz algo:

— Bem, acho melhor retirarmos isso daqui para não termos nenhum inconveniente. Essa noite eu quero ficar sozinha e não quero ter que conhecer seus amigos. Eles podem gostar de mim, mas no fundo só vão querer a mesma coisa que todos querem – Diz isso e pega o comunicador para si.

A mulher era bonita e aparentava ter em média 30 anos. Ela segue adiante e para próxima à porta de um salão. Como ela era feita de vidro e tinha algumas aberturas, era possível ver o que havia do outro lado da sala. Não era um lugar comum. Havia um globo de vidro gigante com algo muito pequeno que flutuava no centro. A mulher sabia que precisava fazer algo logo. Ela esconde-se e retira outro spray do seu bolso. Ela o pressiona por debaixo da porta. O gás era invisível e inodoro. O segurança não havia notado qualquer movimentação estranha. Nada parecia ter acontecido. Agora ela havia retirado uma pequena pistola de dardos, levanta depressa, mira em uma abertura e atira. O segurança percebe algo, mas já era tarde. Ele havia sido atingido pelo dardo e desmaia. Logo em seguida a mulher entra na sala e diz:

— Pobrezinho. Se o seu outro amigo tivesse ficado aqui, quem sabe eu não teria um pouco mais de trabalho? E essa sala estava cheia de lasers detectores. Com o spray inodoro e invisível que eu desenvolvi, consegui desativar todos. Pois bem, estou na sala dos experimentos proibidos. Tem muita tralha por aqui pra falar a verdade, mas eis que estou de frente da exceção. Dentro desse globo de vidro enorme se encontra uma pedra radioativa minúscula que irá explodir quando eu ativar os explosivos. Alguns minutos e toda essa porcaria de corporação estará aos pedaços. Antes disso preciso recolher os dados secretos que preciso.   Agora acho que é melhor eu parar de falar e agir.

A mulher acessa um dos computadores da sala e depois de alguns minutos, consegue descobrir a senha e com isso envia e passa alguns dados confidenciais para um disco. Ela liga o sistema da sala e a pedra dentro do globo começa a brilhar. Ela retira alguns tubos explosivos de dentro de uma pequena maleta e coloca dentro de um compartimento. Ela pensa um pouco mais e decide jogar todos os tubos lá dentro. Ao ativar o envio dos tubos para o globo, para seu azar, o sistema de segurança é ativado.

— Droga! Preciso sair daqui agora. Mas não faz mal, o meu plano já está quase concretizado mesmo – Diz ela.

A mulher começa a correr sem parar, mesmo usando sapatos de salto alto. Uma arma surge no teto do salão e começa a atirar para todos os lados. Ela consegue sair a tempo e entra em uma tubulação. Mais a frente vê que tem grades de segurança lá dentro, então usa um martelo para quebrar a tubulação e desce em uma sala com dois seguranças. Eles sacam suas armas e então a mulher em um ato inesperado retira o jaleco e sua blusa, mostrando então seus fartos e bonitos seios. Os seguranças ficam bobos olhando por um segundo e então ela se aproveita da situação e usa um spray que coloca todos eles para dormir.

— Tolos! Se tivessem resistido poderiam ter ficado comigo depois que me prendessem e tocar no que vocês queriam. São todos iguais mesmo — Diz ela enquanto vestia a blusa rapidamente e o jaleco.

Depois de muito correr e conseguir chegar à saída, a mulher se depara com vários seguranças e alguns cientistas. Um deles a reconhece.

—Daphne. A ex- cientista da Corporação Gênese tem a ousadia de invadi-la e acha que vai se safar dessa? – Pergunta o cientista.
— Célius, patético como sempre! E eu não quis mais saber dessa ‘espelunca’ desde que meus projetos foram rejeitados. Só você mesmo pra perder tempo com isso aqui. E de pensar que você ainda tem um pouco de talento nesse seu cérebro que está sendo desperdiçado...
                — Você pisou no território errado. O que veio de fato fazer aqui? É algo relacionado com aquela pesquisa secreta do Elemento7, não é? Você provavelmente está trabalhando pra aquela maldita Sociedade M! Só pode!
                — E você acha que te devo alguma satisfação? Nem no tempo em que você era meu namorado eu ficava te falando algo. Nem que você beijava mal e era péssimo na cama em alguns dias...

                Os seguranças acham um pouco de graça e olham para o cientista.

                — Cale-se! Não precisa ficar falando do meu passado na frente dos seguranças da organização — Célius diz isso envergonhado — Pois bem, você será executada imediatamente. Prendam essa mulher!
                — É uma pena que vocês não sobreviverão para ver o dia que isso irá acontecer —  Diz Daphne que retira um controle do seu bolso e aperta um botão —  Adeus, Corporação Gênese!

                Dentro do globo de vidro, os tubos inseridos que estavam flutuando próximos a pedra explodem e causam uma explosão maior ainda que atinge todo o local em um espaço de tempo muito curto.

   Anos se passaram desde a explosão que ocorreu na Corporação Gênese. Nenhum sobrevivente havia sido encontrado. A cidade não foi totalmente informada dos verdadeiros fatos, já que nem as autoridades pareciam saber exatamente o que se passava naquela corporação. Nem sequer o dono se sabia de fato quem era. As coisas naquela pacata cidade estavam próximas de uma grande mudança, pelo menos na vida de alguns.


Cidade de Carpe Diem, 26 de Setembro, Ano 006Y.  
     
                Era primavera e o início do período letivo nas escolas da cidade de Carpe Diem.  Muitas crianças e adolescentes andavam nas ruas da cidade logo cedo. Um garoto comia um pedaço de pão enquanto caminhava em direção a escola. Ele pensa:

                — Ah! Eu estava tão acostumado a dormir tão tarde e levantar mais tarde ainda e agora isso. Que preguiça! De volta as aulas novamente e nem tive tempo de tomar café na minha casa. Mas porque eu desliguei o despertador mais de cinco vezes mesmo? Deixa pra lá! Quero férias outra vez...

                O nome dele é Luke, 17 anos; 1,81m de altura, cabelos bagunçados e num tom loiro escuro ou castanho claro. Não importa uma definição exata já que nem ele mesmo ligava pra esses nomes de cor de cabelo. É um pouco imaturo para sua idade, muito ativo e possui espírito de liderança. É um dos alunos mais populares e mulherengos da escola e possui um jeito meio metido a valentão. Luke já brigou com outros garotos e possui um “grupo” que não é exatamente uma gangue. É apenas um grupo onde estão garotos que o seguem. Ele andava meio sonolento até que encontra dois garotos conhecidos na porta da escola.
                — Caras! Como foram de férias? — perguntava Luke.
                – Vou sentir falta delas! Mas conta, você pegou mais de cinco nessas férias que eu fiquei sabendo! Você não presta mesmo! – diz um deles enquanto ria.

                Uma garota se aproximava do portão da escola e estava bem acanhada. Ela parecia ser novata e muito tímida. Seu nome era Karen, 16 anos; 1,62m de altura. Seus cabelos, de um tom castanho bem escuro, estavam presos e usava óculos. Ela tinha a pela bem clara e parecia ser uma garota frágil. Ela então entra e se dirige ao auditório onde ocorreria a cerimônia de abertura.

                Depois de muito conversar no enorme pátio da escola, os alunos se dirigem ao auditório onde o diretor deseja boas vindas aos novatos e a todos e faz aquele famoso discurso inicial. O presidente do conselho estudantil também fala rapidamente e diz a todos para respeitarem as regras da escola para que aquele local se tornasse um ambiente agradável a todos. Os alunos aplaudem e então se dirigem às suas salas.

                Karen fica meio perdida, mas consegue entrar na sala certa. Na porta ela se depara com Luke e os dois se olham rapidamente e logo sentam em seus lugares. Uma garota entra na sala e chama a atenção de todos. Alguns comentários e cochichos surgem:

                — A Stephanie é da nossa sala esse ano?
                — Uau! Vamos ter o privilégio de ter essa beleza aqui conosco.
                — Já pensou se ela se apaixona por mim?
                — Que gata!

                Ela explode em alegria ao se deparar com duas garotas, quase tão belas como ela, que pareciam ser suas amigas ou colegas próximas. Stephanie era uma garota bonita e bem popular em todo colégio. Ela tinha 16 anos e aproximadamente 1,60m de altura. O seu corpo era parecido com o de uma modelo adolescente e sua voz era bonita.

                O professor entra na sala, faz algumas apresentações e começa com uma introdução do que seria sua disciplina. Nada daquelas apresentações clichês chatas que pediam para os alunos se apresentarem. Karen havia achado isso diferente do normal das escolas anteriores que havia estudado.  As aulas vão se passando e era hora do almoço. Karen almoçava em uma das mesas do restaurante da escola, sozinha. Luke estava almoçando com um grupo de garotos. Uma garota de outra turma passa e eles comentam a respeito dela.

                — Nossa! Essa daí é mesmo bonita. Acho que vou convidá-la pra ir ao cinema pra depois sentir os seus belos lábios nos meus — disse Luke.
                — Esse Luke não perde mesmo tempo — diz um dos garotos e todos começam a rir.
                A alegria daquela mesa duraria muito pouco, pois um garoto se aproximava furiosamente dela. Ele para ao lado de Luke e todos se calam.
                — Vejam o que temos aqui. O palhaço e seu circo completo!
                — O que você quer me enchendo a paciência logo pela manhã, Fred?
                Fred era um garoto da mesma idade de Luke, porém ainda parecia ser mais alto que ele. De cabelos encaracolados e pretos, pele clara e com um ar arrogante.
                — Precisamos acertar as contas. Ou pensa que eu me esqueci daquele dia? — diz Fred.
                — Marque então, seu merda! — diz Luke com um sorriso confiante.
                — Hoje depois da aula em frente aquele armazém abandonado. Se prepare pra apanhar muito, desgraçado!
                — Veremos quem vai rir por último!

Próximo: Capítulo 2 - Luke

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